Hoje assisti a uma realidade diferente, bem diferente... tocante! Não fosse a proliferação de rostos-estátua, olhares tristes e vazios, despidos de esperança, sem espaço nem tempo para olhar, eu diria: - que desolação!
O espaço era desolador sim, inóspito, mas quanto a isso... relativamente às pessoas, elas merecem mais, muito mais, sobretudo - ATENÇÃO!
E porque não lhes é dada?
Porque passamos incólumes pelas situações, sejam elas quais forem?
Porque não cedemos mais?
Porque não estendemos mais a mão?
Porque não oferecemos um pouco mais de nós?
Porquê...?
Porquê...?
Afinal dar é tão melhor que receber... e um pequeno gesto pode fazer alguém sentir: "Ah! Eu existo!"
...O seu valor estimativo era enorme!
Inicialmente, incrédulos, paralisamos. Depois, aos poucos, começamos a perceber que acabou...
Mas, mesmo assim, recolhemos os cacos. Um milagre, quiçá! Pensamos.
Mais tarde, um pouco refeitos, iniciamos a tarefa de reconstrução do puzzle. Pedaço sobre pedaço quando: - Oh! falta um pedacinho, só um pedacinho apenas!
Decidimos ocultar essa falha...
Acontece o mesmo quando o nosso coração é despedaçado... Inicialmente não queremos acreditar. O abandono, a traição, a acusação não eram supostos!
Aos poucos vamos juntando os destroços! Mas, inevitavelmente, falta sempre um pedacinho! Esse pequeno fragmento é uma úlcera aberta que jamais cicatrizará...
Pela necessidade de equilíbrio optamos por fingir que está tudo bem! - Ah! Não foi nada, já passou, o que lá vai lá vai!
Esta é a forma de andar para a frente, ficar presos no passado é paralisar, é não viver... e a vida passa tão depressa!
Mas cuidado, muito cuidado! Quantas mais vezes ele cair ao chão mais pedacinhos vão faltar...e as probabilidades de um coração magoado ser atingido pela infecção que se chama medo, medo de amar, são muito maiores!
Esses pedacinhos em falta que nós julgávamos ocultos não estão, não!
Na tristeza de um olhar há sempre, pelo menos, um pedacinho em falta...
Um dia, a amizade encontrou o amor e perguntou-lhe:
- Que fazes aqui, já cá estou eu, tu não és necessário? - o amor introvertido, respondeu:
- Há sempre espaço para nós, no mesmo coração!
- Achas, mesmo?
- Tenho a certeza. Eu sou como uma árvore tenho vários ramos, muitos ramos... amor maternal, amor filial, amor fraternal e amor passional! Uma árvore vive sem um, ou dois, ou mais ramos, mas sem nenhum não viverá... precisa de respirar para se poder alimentar, percebes?
Com as pessoas acontece o mesmo. O seu equilíbrio emocional depende do amor que está nos seus corações, sem nenhum não viverão. Sobrevivem, às vezes, é certo, mas o ar que as rodeia é pesado, muito pesado... as nuvens escuras que pairam sobre elas, não as deixam ver o azul do céu nem o brilho do sol!
Eu, o amor, sou como o ar... ambos somos necessários para respirar e para viver!
A minha força é intensa, é única... inconfundível! Um coração sem amor é frio e escuro, é amargo e insensível! E o rosto é o espelho que reflecte esse conteúdo através da amargura ou do sorriso, através da tristeza ou do brilho no olhar!
- Ah! Sendo assim somos diferentes, de facto! - observou a amizade - Eu sou mais sublime, mais suave, mais calma. Precisam de mim mas dominam-me melhor, há mais racionalidade comigo e contigo mais intuição!
Afinal ambos somos necessários em quantidade q.b., para que todo o ser humano tenha motivação para continuar a caminhar!
Para que a amizade e o amor se possam reproduzir e crescer, crescer sem parar... é necessário dar, dar muito, para que nunca acabem...
Há um rio de lágrimas correndo imparável... à sua passagem inunda de mágoa o tom das palavras!
Ao longo dos 365 dias que tem o ano, creio que não há nenhum que não seja dedicado a isto ou aquilo.
Ele é o dia da música, dia do teatro, dia da criança, dia da dança, dia do coração, dia do gato, dia do cão, dia do sim e dia do não, dia do caldo entornado, dia dos pobres coitados e agora, até, imaginem, dia dos namorados!
Até compreendo que o dia disto ou daquilo, tenha sido instituído para, pelo menos nesse dia, lembrar, falar ou sensibilizar, através do meios de comunicação social, alguma realidade que não se queira esquecida. Mas, sinceramente, dia dos namorados!
O que é que se pretende lembrar? Que o negócio das lojas vai mal desde o Natal? Será que os namorados precisam de ser lembrados, falados, anunciados?
Ele são jantares "afrodisíacos" à maneira, relógios de marca "plástico", flores meio murchas, perfumes dos "300", jóias de pechisbeque, peluches ridículos... Enfim, vale tudo para assinalar a célebre data!
Os verdadeiros casais são inteligentes e as suas provas de amor são outras e duram todo o ano... aqueles que passam o ano, no que concerne ao amor, como que em letargia ou banho-maria, precisam destes e muito mais artefactos, mas só no dia de S. Valentim...
Por favor, tenham paciência, não atentem contra a minha inteligência!
Olho para o sol
E vejo o brilho do seu olhar
Olho para o mar
E escuto a sua voz a sibilar
Olho para o céu
E vejo o sorriso seu!
Olho para o chão
E na minha sombra vejo a ilusão!
Meu DEUS...
Te peço a orar,
Por favor,
Deixa-me sonhar!
O caminho é em frente!
Apesar dos desvios que, por vezes, se nos deparam, há que retomar o caminho o mais depressa possível. A meta é o objectivo ou os objectivos que devemos almejar, sempre!
No caminho, no nosso caminho, está a felicidade! É. Não está algures, em parte incerta, nos outros, não! A felicidade está em nós: no sentir, no ver, no respirar, no sorrir, no interagir... Não está no passado nem no futuro. Está aqui e agora!
É por isso que cada momento deve ser vivido como se fosse único, derradeiro. Arrependermo-nos de não ter feito isto ou aquilo não serve absolutamente para nada. Não é possível retroceder no tempo!
Por outro lado, desenvolver e manter sentimentos de culpa por termos feito algo que não devíamos, também não conduz a parte nenhuma. Saibamos sim, aprender com os erros, cientes que aquilo que fizemos na altura, foi o melhor que podia ter sido feito perante a situação, perante o tempo ou perante os dados disponíveis!
Acreditar nos outros é fundamental. Quem não acredita paralisa e não anda para a frente! Mas é necessário acreditar, em primeiro lugar, em nós próprios, nas nossas capacidades, na nossa vontade, na nossa receptividade para ver, para escutar e, se for caso disso, mudar! Aceitar que nem sempre estamos certos!
É necessário ter consciência que a verdade é só uma. Não há duas verdades sobre a mesma realidade. O que muda é o perspectivismo com que cada um através dos seus preconceitos e ideias feitas, absorve essa mesma realidade!
Podemos até retocar, disfarçar que, inevitavelmente, em tudo aquilo que fazemos será sempre vertido um pouquinho do conteúdo do nosso coração!
Essa marca indelével dependerá daquilo com que decidirmos enchê-lo: bondade ou maldade estão à nossa disposição a custo zero... é uma questão de escolha!
Conforme a decisão tomada, assim serão doces ou amargos os frutos da nossa sementeira!
Ser bonzinhos, contudo, é pouco, é muito pouco! Somos bonzinhos enquanto não tocam o nosso ego! Quando isso acontece como é que reagimos? Instintivamente na sua defesa, claro!
Os nossos sentidos paralisam. Ficamos cegos, surdos e insensíveis aos problemas dos outros se os nossos interesses são colocados em causa. Quebra-se o verniz, ou cai a máscara! É nesses momentos que se revela o que está bem no fundo de cada um!
Afinal somos bons ou bonzinhos? Colocados à prova a resposta é espontânea! Mas é sempre tempo de mudar, sempre!